Você consegue se lembrar da sua primeira experiência com a morte? Como você ficou sabendo que a morte era parte da vida?
Cada pessoa vai ter uma resposta diferente a essas perguntas. Alguns de nós aprendemos que apenas o corpo morre, mas não o espírito. Outros aprendem que a morte vem na velhice e não se deve pensar nela na juventude. Há pais que mentem para os filhos sobre a morte de um pet ou de um parente para não ter que conversar a respeito de algo que eles consideram assustador demais. A ideia de que devemos evitar falar sobre a morte, principalmente com crianças, é ainda muito difundida e apoiada.
A morte é o principal objeto de pesquisa da Dra. Deusa Samú e é o trabalho dela que vamos indicar hoje. Deusa é psicoterapeuta especializada em situações de Luto e Pós Graduada em Tanatologia pela USP (educação para a morte).
Em suas palestras podemos ver – através de suas histórias com pacientes – como os pais afetam os filhos ao falar ou não falar com eles sobre morte. Isso porque os pais esquecem ou ignoram que os filhos são espíritos encarnados que estão muito mais aptos para lidar com certos temas do que se imagina.
Porque é tão difícil falar sobre a morte ou mesmo ver a morte como algo natural?
Se pegarmos como exemplo a semana em que estamos, na qual temos o dia dos mortos celebrado no dia 31 de outubro (dia das bruxas) e no dia 2 de novembro (finados). Temos campanhas na internet para que os pais não permitam que as crianças comemorem o Halloween. Isso porque elas estariam festejando símbolos da morte usando fantasias de esqueletos ou de fantasmas. E temos também famílias inteiras que vão ao cemitério no dia de finados para lembrar dos familiares que já partiram. Observamos no primeiro caso uma aversão a tudo que remete à morte, algo obscuro e adulto que não faz parte do mundo infantil. No segundo caso, em algumas famílias, esse ritual terá um tom de tragédia, no qual morte é algo para lamentarmos sempre.
Só que não precisa ser assim! Podemos estudar a respeito da morte e do luto, identificar nossos próprios medos e traumas em relação ao tema e enfrenta-los. Afinal como diz a oração de São Francisco “é morrendo que se vive para a vida eterna”.
Uma ótima maneira de começar a falar sobre a morte e a vida espiritual para crianças é através de filmes que a família pode assistir junta. Já falamos um pouco sobre isso aqui no site! Leia a nossa indicação do filme Festa no Céu.
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