Administração do Centro Espírita
Como Dirigir Casas Espíritas com Amor e Eficiência
Se você é dirigente, trabalhador ou apenas simpatizante da doutrina espírita, eu preciso te indicar um livro que me surpreendeu muito: Administração do Centro Espírita, de Wellington Balbo e Maurício Gonçalves de Moura.
O livro fala de forma simples e prática sobre como administrar melhor um Centro Espírita, ou seja, uma casa dedicada ao estudo, prática e divulgação do Espiritismo, segundo Allan Kardec.
E o melhor:
Sem complicação, com uma linguagem fácil, cheia de exemplos do dia a dia e situações que muitos de nós já presenciamos.
Temas Essenciais Abordados
Ao longo dos 32 capítulos, os autores abordam temas essenciais como:
- A importância de planejar e organizar as atividades, ou seja, definir bem o que se quer fazer e como fazer.
- O papel do dirigente espírita como líder, que precisa saber delegar funções — delegar significa confiar tarefas a outras pessoas e dar autonomia para que elas também cresçam.
- A necessidade de espiritizar, qualificar e humanizar o ambiente do Centro, três pilares que garantem que a casa esteja alinhada com os ensinamentos de Kardec e acolha a todos com amor e respeito.
- O cuidado com questões práticas e éticas, como, por exemplo, não permitir bebida alcoólica em eventos espíritas, respeitar a diversidade religiosa e incluir pessoas com deficiência, garantindo acessibilidade para todos.
Uma coisa que achei incrível é que o livro também fala sobre planejamento estratégico — em outras palavras, planejar o futuro da casa espírita para que ela atenda melhor às necessidades da comunidade e se mantenha fiel à sua missão espiritual.
Linguagem Simples e Acessível
Outro ponto positivo é a preocupação dos autores em explicar tudo de forma acessível, usando sempre exemplos simples e termos que todo mundo entende. Sempre que surge uma ideia mais complexa, eles fazem questão de esclarecer melhor, o que facilita muito a leitura e compreensão, mesmo para quem não tem formação em administração.
🎓 A Gestão de Pessoas e Instituições Sob a Luz do Amor Cristão
Aliás, lendo esse livro, não pude deixar de notar como muitos dos pontos levantados ecoam as ideias que eu já conhecia da minha primeira faculdade, Administração de Empresas.
Ou seja, são conceitos sólidos de gestão de pessoas e instituições, que, quando aliados ao acolhimento e ao carinho — duas marcas esperadas dos ambientes espíritas —, podem se tornar ainda mais eficazes.
Gestão com amor e responsabilidade: esse é o caminho que o livro nos propõe.
🏛️ Pequenos Grupos e o Ideal de Kardec na Propagação do Espiritismo
Embora, pessoalmente, eu tenha minhas reservas quanto à ideia de grandes instituições espíritas, acredito que o ideal proposto por Kardec seria algo mais simples e fraterno.
Ou seja, grupos espíritas pequenos, autônomos, dedicados ao estudo sério, que possibilitam uma reflexão moral mais profunda da doutrina e à prática da caridade, pois proporcionam ambientes onde debates de ideias e filosofias podem ser mais aprofundados, como ele próprio orientou:
“…Há, pois, um duplo motivo para preferir os pequenos grupos, que se podem multiplicar ao infinito…
…Ora, vinte grupos de dez pessoas, por exemplo, inquestionavelmente obterão mais, e farão mais prosélitos do que uma reunião única de duzentas pessoas…”
Ainda assim, é importante reconhecer que as casas espíritas, como as conhecemos hoje, exercem um papel essencial no movimento espírita atual.
Elas não apenas divulgam a Doutrina Espírita, como também realizam trabalhos de assistência social que beneficiam milhares de pessoas, promovendo apoio material e espiritual para quem mais precisa.
Um exemplo claro disso é o GEMB, que construiu uma ampla rede de atividades, atendendo inúmeras famílias e indivíduos em diversas frentes de ação. Ou mesmo mais conhecidos como a Mansão do Caminho, de Divaldo Franco.
Através desse trabalho admirável, percebemos que, mesmo com estruturas mais formais, o ideal cristão de servir ao próximo pode ser plenamente vivido.
Minha Vivência na Doutrina Espírita
🌱 A Formação Inicial
Fui criado em berço espírita, crescendo dentro da evangelização infantojuvenil e, posteriormente, auxiliando, ainda que modestamente pelas minhas próprias expectativas, a casa onde cresci.
🔎 A Observação das Casas Espíritas na Região
Venturando fora dela, percebi que a maioria das casas da região enfrentava problemas bastante semelhantes.
De um lado, existiam organizações muito pequenas e humildes, mas nem por isso menos sérias. Muitas vezes, essas casas acabavam vivendo ao bel-prazer do médium que assumia a figura principal de dirigente ou mesmo de “dono” da instituição.
De outro lado, encontrei casas como aquela em que cresci:
Locais que, apesar de contarem com vários voluntários desde sua fundação, já não tinham mais interesse ou força de vontade para lidar com temas de ordem administrativa.
Em geral, os trabalhadores queriam apenas se dedicar ao que gostavam de fazer dentro da casa, fosse ministrando um curso específico ou apenas participando das preleções e dos passes.
Me levando a considerar que nestas circunstancias, talves, a casa seja mais uma provedora de estagnação que de evolução intelectual e moral.
E por estes mesmo motivos, tinham uma troca de dirigentes entre um pequeno grupo de pessoas que ainda se dispunham a desempanhar o papel.
Tudo isso, é claro, com o tempero — ou o “grão de sal” — da disponibilidade e das condições de saúde de cada um, que, por sinal, são questões muito bem levantadas no outro texto de Wellington Balbo, sobre o Trabalho e a Saúde Mental do Trabalhador.
💡 Reflexões a Partir da Experiência
Essa vivência me fez compreender ainda mais o valor de ferramentas e reflexões que nos ajudem a melhorar o funcionamento das casas espíritas, sem perder o espírito de amor e fraternidade.
Mais do que isso, percebi que talvez falte, em muitas casas, um certo grau de profissionalismo — ou seja, o entendimento claro de que o trabalho voluntário, antes de ser voluntário, é trabalho!
Trabalho este, que deve ser veículo de auto-conhecimento e melhora própria, para sí e para as atividades em questão.
Compromisso, responsabilidade e dedicação precisam caminhar juntos com a boa vontade. Afinal, é através da união desses valores que conseguimos manter a seriedade e a eficácia do serviço espírita, sempre em nome do bem maior.
✨ Por que eu recomendo?
Porque o livro é uma ferramenta prática para quem quer ajudar o Centro Espírita a ser mais organizado, acolhedor e fiel ao verdadeiro Espiritismo.
Além disso, a leitura é leve, fluída, com diversos “causos” e exemplos, citações de peso como Chiavenato e Peter Drucker e cheia de dicas que podemos colocar em prática imediatamente.
Se você busca inspiração para trabalhar melhor na Casa Espírita ou apenas quer entender mais sobre como unir o amor cristão com uma gestão bem feita, vale muito a pena ler!
Onde encontrar o Livro Administração do Centro Espírita?
No Site oficial da Editora On Line O Consolador, tem acesso a algumas versões como Ebook e PDF para download e Impressão!
Sobre o Autor
Com mais de 10 anos de experiência em TI, é especialista no ecossistema Microsoft/C# e .Net, atuando com desenvolvimento, integração contínua, documentação e liderança técnica.
Fluente em português e inglês, valoriza lógica, inovação e aprendizado contínuo.
Apaixonado por café e música, aplica sensibilidade e estratégia na resolução de desafios.
Mantenedor do site Uniespiritas.
Wellington Balbo é escritor, articulista e palestrante espírita. Desde 1999, dedica-se à divulgação do Espiritismo por meio de livros, artigos e palestras. Autor de seis obras, colabora com jornais e sites espíritas e integra o programa de rádio Diálogo Espírita. Como expositor da USE – Intermunicipal de Bauru, percorre diversas cidades levando a mensagem espírita com entusiasmo e dedicação.